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A esperança no “volume morto”

  • Foto do escritor: Luiz Carlos Hauly
    Luiz Carlos Hauly
  • 1 de jul. de 2015
  • 2 min de leitura

Inflação e desemprego em alta, poder aquisitivo da população em queda livre, corte nos investimentos públicos, construção civil encolhendo, indústria reduzindo a produção, comércio estagnado, contas públicas em desarranjo, dívida pública em ascensão por causa da alta dos juros e do aumento do dólar– o cenário econômico do Brasil é sombrio, e não há pedalada fiscal que o conserte.

A recuperação será “lenta, tijolo a tijolo”, diagnosticou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, há alguns dias. Sua previsão é referendada pelo Banco Central, que, embora distante das projeções do mercado, sempre mais aflitivas, estima que o PIB encolherá este ano 1,1% e a inflação atingirá 9% no ano que vem – aproximadamente meio ponto porcentual a mais que o acumulado nos últimos 12 meses.

O país está pagando um alto preço pela irresponsabilidade da presidente Dilma, que desorganizou o arcabouço econômico construído a duras penas pelo Plano Real durante o mandato de seus três antecessores. E assim procedeu guiada pelo estrabismo ideológico, rotulado de “nova matriz econômica”, impetuosidade e desejo de se reeleger, custasse o que custasse – para dar continuidade ao projeto de perpetuação do PT no poder.

O primeiro mandato de Dilma foi desastroso desde o início. Nos dois últimos anos, ela teve de apelar sem pudor às “pedaladas fiscais” para disfarçar o déficit crescente, pelas quais está sendo processada pelo Tribunal de Contas da União. Se tiver as contas reprovadas, poderá ser cassada pelo Congresso por improbidade administrativa.

Depois de terceirizar a administração da economia ao ‘neoliberal” Levy, Dilma recorreu às peripécias da propaganda para recuperar sua imagem, mas tal qual o personagem do folclore que, quanto mais tentava se desvencilhar do boneco de cera, mais se incrustava nele, mais ela afunda na rejeição quanto mais se movimenta. Rejeição que – antes mesmo de Dilma “saudar” a mandioca e anunciar a descoberta das “mulheres sapiens” - atingiu a incrível marca de 65%. Esse índice, segundo o Datafolha, equivale ao do ex-presidente Collor pouco antes de ser cassado. Somente 10% dos eleitores consideram bom ou ótimo o desgoverno Dilma (tenha piedade deles, Senhor!).

O quadro é sombrio e tende a se agravar, advertem vários economistas, entre eles o experiente Delfin Netto, aliado de primeira hora do governo petista.

Desnecessário recorrer aos economistas para se alarmar com o que ainda está por vir: a opinião pública pressente o drama. Pressentimento que se manifesta na explosão da inadimplência, redução drástica do consumo, que atinge a alimentação, última etapa da economia doméstica, e saques da poupança.

Quatro em cinco brasileiros consideram ruim o momento por que passamos, conforme da respeitada Fundação Getúlio Vargas. Há 17 meses consecutivos – antes, portanto, do desastre que foi a reeleição de Dilma – a quantidade de brasileiros pessimista com o futuro supera a dos otimistas, e esse número, embora oscile mês a mês, é alarmante. Quatro em dez brasileiros acham que a crise vai se agravar ainda mais.

Portanto, não é apenas Dilma, seu mentor Lula (que não vê a hora de se livrar dela) e o PT que estão no “volume morto”, como classificou o ex-presidente Lula. A esperança do brasileiro também.

Tirar a esperança de um povo é o pior castigo que se pode impor a esse povo. O Brasil não o merece.


Luiz Carlos Hauly é Deputado Federal (PSDB-PR)

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