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Adultério explícito

  • Foto do escritor: Luiz Carlos Hauly
    Luiz Carlos Hauly
  • 13 de nov. de 2005
  • 2 min de leitura

Os agentes do Palácio do Planalto estão em campo num esforço hercúleo para fazer com que a Nação continue duvidando que o governo e o PT – que formam uma só entidade no terreno da corrupção explícita – tenham, com a participação dos demais partidos da base aliada, praticado um ato de adultério coletivo da ética pública. A descoberta da CPI dos Correios de que o Banco do Brasil e empresas associadas foram utilizadas para abastecer o valerioduto tem sido tratada pelo governo e o PT com o característico desdém com que os criminosos comuns costumam manifestar quando surpreendidos na cena do crime. “Não tenho nada com isso”, “estava penas de passagem”, “Não tenho a menor idéia do que aconteceu”... O esforço do Planalto, no entanto, vai se revelar inócuo, já que nem mil Dudas Mendonças e suas estratégias mirabolantes serão capazes de acobertar o inacobertável e disfarçar o indisfarçável. Diante da contundência das provas apresentadas pela CPI, não há como impedir que a Nação, muito mais cedo do que mais tarde, se dê conta da gravidade do delito coletivo. Dinheiro público – 10 milhões de reais – foi utilizado para abastecer os cofres do PT e dos partidos aliados, constatou a CPI dos Correios, numa descoberta que fatalmente levará a outras da mesma natureza, pois nem o mais ingênuo entre os ingênuos apostaria um centavo na tese de que o publicitário Marcos Valério tenha sido mero agente dos empréstimos bancários de R$ 55 milhões que aportaram nos cofres do PT e dos partidos aliados. Ou seja, a CPI chegou onde o governo e seus cúmplices temiam, mas onde se previa desde o início das investigações: a Nação foi extorquida em benefício dos ocupantes do poder e seus sócios. É inevitável a comparação do ilícito comprovado pela CPI com o praticado por Fernando Collor de Mello e que o levou à perda do mandato de presidente da República. A complexidade da teia criminosa montada pelo governo Lula e o PT e os valores movimentados através dela certamente deixariam perplexo Paulo César Farias, o operador dos desvios praticados durante o governo Collor. A descoberta da CPI condena moralmente o presidente Lula e atrai sobre ele o risco de se consolidar de uma vez por todas a tendência de se exigir o seu impedimento, já que, na hipóteses mais branda, o presidente é culpado por omissão. E sepulta definitivamente o arcabouço moral artificialmente construído pelo PT, que, a partir das provas expostas pela CPI, certamente enfrentará a ameaça de perder o seu registro como partido político. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR) é membro da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados


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