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Não se iluda, ministro

  • Foto do escritor: Luiz Carlos Hauly
    Luiz Carlos Hauly
  • 12 de fev. de 2006
  • 3 min de leitura

Que me desculpem os velhos e aguerridos militantes petistas, independentemente da corrente a que pertençam, porque já é grande, infinita até, a decepção deles com os rumos do partido e do governo por ele conquistado, mas é preciso dizer com todas as letras, mesmo sabendo que esse comentário irá aumentar ainda mais a dor dos autênticos “companheiros”: o PT há muito tempo comporta-se como uma organização criminosa.


Do recente mensalão e esquema de caixa 2 eleitoral investigados pelas CPIs ao assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, o comportamento do partido tem sido similar ao do bandido flagrando em sua pilhagem – negar, negar, negar e, enquanto isso, usar de todos os meios à sua disposição para desviar o foco da acusação.


Um desses meios é a difamação, a forma juridicamente mais tênue de comprometer a reputação de alguém ou de uma instituição, embora em essência tão grave quanto a calúnia, recurso também utilizado pela organização criminosa petista, embora em menor freqüência.


A “lista de Furnas” é um exemplo contundente da falta de escrúpulos do PT que, na tentativa de esfumaçar as investigações sobre o mensalão-caixa 2, forjou uma relação de políticos de vários partidos, exceto do PT, acusando-os de terem suas campanhas eleitorais financiadas com recursos da estatal Furnas.


A falsificação é tão grosseira – e atestada pelos mais renomados especialistas – que a tentativa de embaralhar os trabalhos das CPIs foi um fracasso retumbante. E a falsificação ficou evidente desde que a “lista” começou a circular, pois, como observou com propriedade o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgilio, “lista de corrupção que não inclua o PT não pode ser verdadeira”.


A utilização de recursos ilícitos para financiamento eleitoral não é, infelizmente, exclusividade do PT nacional, como ficou demonstrado para toda a nação primeiro durante as investigações sobre o assassinato de Celso Daniel e, mais recentemente, no depoimento da ex-assessora financeira do partido em Londrina, Soraya Garcia.


Ela denunciou, com base numa memória prodigiosa, que o PT gastou para reeleger o prefeito Nedson Micheleti R$ 6,5 milhões, mas declarou apenas R$ 1,3 milhão. Já no primeiro dia de buscas, a Polícia Federal apreendeu documentos comprovando cerca de R$ 150 mil em despesas não declaradas pelo partido.


O que fez e o que está fazendo o PT diante dessas denúncias, que fatalmente, mais cedo ou mais tarde, levarão à cassação de Micheleti? Primeiro afastou o delegado da Polícia Federal; em seguida, contrariando afirmações do prefeito reeleito de que tinha “pressa” em ver concluídas as investigações, bloqueou os processos na Justiça; e, por último, está tentando desviar a atenção acusando-me de ter exigido compensação financeira para apoiar Micheleti no segundo turno.


Essa acusação pontual tem sido feita insistentemente pelo ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, num flagrante desrespeito à liturgia do cargo que ocupa. Acusação que ele lançou pela primeira vez ao desembarcar em Londrina para participar dos funerais da esposa de Micheleti, em outro flagrante desrespeito, desta vez à memória da companheira fiel do prefeito.


Mas o que esperar de um ministro tão afinado com o “Campo Majoritário”, o grupo que comanda a organização criminosa petista, a não ser ações truculentas? O ministro procura, com isso, despistar sua participação no caixa 2 da campanha de Micheleti, segundo acusou Soraya, na vã ilusão de livrar-se do estigma – este comprovado documentalmente – de ter se beneficiado do esquema de desvio de recursos públicos ocorrido durante a administração do prefeito cassado Antonio Belinati.


Não se iluda, ministro: as vaias estrepitosas que mais de cinco mil pessoas dirigiram ao senhor durante cerimônia de formatura no sábado, 11 de fevereiro, são um prelúdio do seu futuro. E que me desculpem novamente os velhos petistas, essas vaias vão reverberar também no futuro do PT e do governo por ele controlado.


LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR) é membro da Comissão de Tributação e Finanças da Câmara dos Deputados.

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