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Protesto, excelência!

  • Foto do escritor: Luiz Carlos Hauly
    Luiz Carlos Hauly
  • 29 de mar. de 2007
  • 2 min de leitura

Justiça seja feita: desta vez o presidente Lula cumpriu o que prometeu. Prometeu que faria o País crescer “como nunca antes” – lembram-se do “espetáculo do crescimento”? – e eis que, depois de amargarmos taxas de crescimento pífias nos quatro primeiros anos de seu governo, o IBGE promove uma revolução a partir de uma nova metodologia de pesquisa. Não, não crescemos apenas 2,9% no ano passado: crescemos... tchan tchan tchan tchan...espetaculares 3,7%!


Assim, a média de expansão da economia no primeiro mandato de Lula subiu de 2,6% para 3,3%. Adeus, Haiti, único país do continente americano que havíamos deixado para trás com a metodologia anterior...


Badalem os sinos, soem as trombetas, que o Brasil, com o novo PIB, o PIBão da era Lula, entrou para a seleta categoria de países que movimentam mais de um trilhão de dólares num ano. Ou US$ 1,066 trilhão, convertendo-se para a moeda americana o volume R$ 2,322 trilhões.


A nova metodologia empregada pelo IBGE, naturalmente sob encomenda do Palácio do Planalto, leva em consideração, entre outros itens, como a bilheteria dos estádios de futebol (!) e arrecadação dos templos religiosos (!), uma estimativa do volume de negócios da economia informal. Curiosamente, essa mesma metodologia, que o instituto diz ter utilizado para refazer o PIB dos últimos 10 anos, não alterou significativamente o desempenho do governo de Fernando Henrique Cardoso, imediatamente anterior ao de Lula. O que concluir a partir desta diferença? A única leitura possível é que a economia informal não foi tão vibrante no governo FHC, as igrejas não arrecadaram tanto e os estádios de futebol atraíram público bem menor...


O salto estatístico, embora nos mantenha como a décima economia do mundo, abre uma luminosa perspectiva para o balanço final da era Lula. Pois, refazendo os números do ano passado, a nova metodologia incidirá sobre o segundo mandato presidencial, distanciando seu desempenho do de seus antecessores. Prevê-se, assim, que o PIB crescerá de 4,1% a 4,5% este ano, aproximando-se dramaticamente dos 5%, o número mágico com o qual o presidente tem acenado desde o primeiro dia de seu governo, e que consta como meta final do retumbante Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Programa que, com a nova metodologia de aferição do PIB, perdeu a validade. Pois já estamos crescendo, sem o menor esforço, tanto quanto se pretendia crescer com o hercúleo PAC.


No entanto, não podemos parar: o “espetáculo do crescimento” prometido por Lula exige mais, muito mais. Por que nos limitarmos a 5% se podemos chegar a 10, 20, 30% ou mais? O infinito é o limite. Para que nos aproximemos dele, apresento a singela proposta de incluir outros itens no PIBão para que possamos adequá-lo à realidade, que é muito mais cor-de-rosa que a vã imaginação pode imaginar. O volume de negócios gerado pelo tráfico de drogas, prostituição, contrabando e caixa 2, entre outras atividades ilícitas, está sendo criminosamente desperdiçado na contabilidade de seu governo, presidente Lula, e isto é inadmissível. Protesto, excelência!


LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR) é membro da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

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