Uma justa aspiração
- Luiz Carlos Hauly
- 22 de set. de 2005
- 2 min de leitura
LUIZ CARLOS HAULY O PSDB terá candidatos às eleições presidencial e estaduais do ano que vem, segundo resolução de sua executiva nacional, adotada na semana passada por minha iniciativa. E não poderia ser de outra forma, pois o partido, que deteve a presidência da República por dois mandatos e cujos dirigentes tiveram papel decisivo na redemocratização do país, tem neste momento outra missão a cumprir: a reorganização da política nacional, atividade que foi duramente golpeada e conspurcada pelo PT e seus bem remunerados aliados do mensalão. A passagem do PSDB pela presidência da República modernizou o Estado, processo que só não foi mais profundo devido à oposição alucinada do PT às reformas estruturais propostas por Fernando Henrique Cardoso, tornando-o mais ágil e menos oneroso. E, acima de tudo, obteve o que muitos governos não conseguiram, apesar de todos os esforços empreendidos nesta tarefa – a estabilização monetária que, por sua vez, proporcionou um ritmo de crescimento econômico sustentado. Sob o governo de Fernando Henrique, os brasileiros deixaram de conviver com a hiperinflação sistêmica, fantasma número um da economia de qualquer país. O Plano Real, implantado por Fernando Henrique ainda no governo anterior de Itamar Franco, ao qual serviu como ministro da Fazenda, trouxe a a tão desejada, e sob todos os aspectos necessária, estabilidade. O Plano Real foi o mais consistente programa de recuperação e estabilização econômica de todo o Hemisfério Sul, parte do globo onde explosões inflacionárias são uma triste rotina histórica. A eficácia do Real com a consequente melhor distribuição de renda – pois permitiu, entre outros benefícios, a introdução de programas sociais amplos e sólidos – perdura até hoje. A fidelidade do governo petista aos fundamentos deste plano – embora devam ser feitas ressalvas ao rigor ortodoxo adotado em sua aplicação – é a prova cabal desta afirmação. Uma das ironias da história republicana, a “herança maldita”, assim designavam os petistas a política econômica de Fernando Henrique, tem sido a tábua de salvação de Lula e do PT, cujo governo naufragou em todas as demais área de atuação. O mensalão revelou o esquema espúrio de relacionamento do governo petista com os partidos que se submeteram a ele, relacionamento que servia ao objetivo do PT de agarrar-se ao poder e perpetuar-se nele a qualquer preço. O mensalão prostituiu a atividade política que, por isso, requer o necessário revigoramento. O PSDB está capacitado para esta tarefa, fundamental para que o Estado se relacione ética e eficazmente com todos os setores políticos e sociais. Este comportamento é vital para que o Estado volte a desempenhar o papel para o qual, afinal, foi criado: administrar a “res-publica” (designação que os romanos davam aos negócios públicos) com competência e altruísmo por parte de seus integrantes. Este projeto nacional somente será atingido se o PSDB se apresentar com candidatos fortes aos governos dos Estados. Por isso, a determinação da Executiva de incentivar candidaturas próprias. Homens e mulheres à altura desse desafio, o partido possui de sobra. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR) secretário geral do PSDB do Paraná e membro da Executiva Nacional.
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